Origem:Veja SP
"Ontem estive no aeroporto de Congonhas tentando embarcar para o Rio de Janeiro. Imperava o caos. Vôos atrasados por todo lado, devido à neblina. Eu já tinha feito check-in pela internet. Na sala (salão) de embarque, havia uma mocinha da TAM cercada de passageiros. Horário: 15:30. Atendia uma senhora de uns 75 anos, do interior do Rio Grande do Sul.
— Saí da minha cidade às cinco da manhã para pegar o vôo das 9h em Porto Alegre. O vôo saiu às duas. Perdi minha conexão para o Rio de Janeiro. Estou remarcando a passagem.
A mocinha imprimiu o bilhete. Para as 19h!
— Não temos assentos livres antes desse horário, explicou.
— Não faça isso comigo! — gemeu a senhora.
E começou a chorar. A mocinha da TAM respondeu gentilmente, como dever ter sido treinada, com um sorriso no rosto:
— Nós vamos fazer isso, sim. Quando chamarem algum outro vôo, a senhora vá até o embarque e veja se tem lugar sobrando.
A mulher ficou chorando.
Encontrei um amigo, Antônio, com o mesmo problema. Ia pegar um vôo antes do meu, mas não havia saído. Do meu, nem notícia.
Tomamos um café e fomos a um balcão. Não havia fila. Os passageiros se aglomeravam. Um rapaz respondia a quem falava mais alto.
Duas senhoras tinham vindo de Washington. Queriam chegar a Porto Alegre.
— Estamos em trânsito há 48 horas — contou uma delas. — Teria sido melhor ir de ônibus!
Finalmente, meu amigo conseguiu ser ouvido.
— Não temos previsão sobre seu vôo. — foi a resposta.
Perguntei do meu.
— Foi desmarcado. Terá que embarcar no próximo.
— E quando será o próximo?
— Não temos previsão.
Desisti de voar. Eu e Antônio fomos remarcar as passagens no check-in. Filas quilométricas. E, mais uma vez, desistimos.
Neblina e outros tipos de problemas acontecem em aeroportos. Mas o tratamento dispensado aos passageiros é lamentável. Não há gentileza real, preocupação.
Nos tempos da antiga Varig era diferente. A gentileza era a praxe. O atendimento era ótimo, o serviço de bordo impecável. E generoso! Que comidinha boa! Nos outros países, a agência da Varig assemelhava-se a uma representação diplomática.
Eu fiz lindas viagens pela Varig. Cheguei a trabalhar na revista de bordo, a “Ícaro”, onde, como funcionário, também tive um tratamento generoso e exemplar.
Quando vivo uma situação como a do último sábado, realmente digo para mim mesmo:
— Ah, que saudades da Varig!"
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