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sábado, 2 de julho de 2011

A Grande Empresa

Tem dias que eu me sinto triste e impotente pelo que aconteceu com a VARIG.. Se eu tivesse força agora mesmo iria lutar para trazer a VARIG de volta novamente. A saudade que me rodeia é enorme mas uma pessoa de 13 anos como eu e outra de 14 como Rodrigo, não podem fazer nada contra a morte da Pioneira. Nós perdemos uma empresa que nos trouxe muito. Levou e trouxe a Seleção Brasileira em 1970,1994 e 2002, deu duro para representar o Brasil lá fora no mundo. A VARIG trouxe, em um ato heróico, o corpo do Ayrton Senna que nos trouxe muitas alegrias em suas vitórias na Formula 1. Levou Michael Jackson, o Papa, todos os presidentes desde 1930 até 2002 para diversos cantos do Brasil e do mundo.
Me lembro bem em 2003, quando eu ia para Natal, vi a VARIG  no aeroporto de Guarulhos, eu tinha apenas 6 anos e consegui ler com muita dificuldade o nome Brasil em baixo do "VARIG" e disse ao meu pai: "Pai a VARIG É INVENCÍVEL e imortal né!!??" Meu pai me respondeu assim: "desde antes de eu nascer filho!!". Passados meros 3 anos, lembro me da minha única viagem aos Estados Unidos em Outubro de 2006. Estava eu sentado no saguão da sala de espera do aeroporto de Guarulhos olhando para um 767 da American Airlines e outro 777 da mesma, quando vi uma rosa dos ventos iluminada passando atras das duas aeronaves, mas ao contrário de minha lembrança de 2003, só tinha uma única aeronave da VARIG no aeroporto todo e com 9 anos perguntei ao meu pai: "Aonde estão as outras aeronaves da VARIG?" Meu pai responde pra min: "No chão filho, elas não vão mais decolar...". Naquele momento eu percebi que a situação era séria e me lembro de ter o seguinte pensamento "é impossível, a VARIG é imortal, é a unica coisa do mundo imortal, é a ultima coisa do mundo que não vai morrer nunca... tem alguma coisa errada" Foi quando em 2008 voei em um 737 nas cores e uniformes da VARIG antiga, e quando me sentei na poltrona disse ao meu pai: "Eu disse que ela era imortal!", em tom irônico. Eu já tinha a consiência que a VARIG tinha sido vendida para a GOL, mas eu achava que era a mesma VARIG de sempre. Naquele mesmo voo encontrei a mãe do meu melhor amigo que por acaso era comissária de bordo. Passados alguns minutos meu pai e ela começaram a conversar quando ouvi o seguinte trecho da mãe de Mathias, meu amigo: "É Graciano, de fato você e Breno provavelmente nunca mais me verão na VARIG, depois daquela compra toda que ouve até mesmo comissarias e empregados que estão a mais de 10 anos nesta empresa vão ser demitidos, estou com medo que esse seja meu ultimo voo." Daquele momento em diante eu tinha um objetivo de vida: " Saber quem matou a VARIG, e por que."
Como um neto que perde o avô, eu quero saber o que aconteceu, mas a angustia de não ter a resposta é grande. E até hoje eu não tenho.

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